"[Meus funcionários juniores] progrediram muito... mas eles também não têm algo com o qual podem apontar e dizer 'aqui está o jogo que lancei'" -- Fundador da Free Radical, Steve Ellis, sobre os funcionários mais jovens do novo estúdio
No final do ano passado, a Embracer fechou a Free Radical Design. O estúdio havia sido ressuscitado em 2021 especificamente para fazer um novo jogo do TimeSplitters, que morreu com o seu desenvolvedor, novamente.
Em conversa com o GamesIndustry, o diretor do estúdio por duas vezes, Steve Ellis, lembrou como procurou a Plaion (então Koch Media) em 2018 assim que soube que tinha os direitos do TimeSplitters. Ele sugeriu um novo jogo e prosseguiu para construir um protótipo com uma pequena equipe.
Normalmente, quando uma franquia adormecida está sendo revivida, começa-se com uma remasterização dos jogos anteriores, como vimos com Dead Space. Mas Ellis argumentou que remasterizar a trilogia original do TimeSplitters teria sido muito mais custoso do que apenas uma nova entrada completamente nova.
O TimeSplitters "tinha uma enorme e diversificada gama de ambientes e personagens", explicou ele. Observando o crescente custo de desenvolvimento de jogos (e criação de ativos em particular), Ellis disse que essas remasterizações hipotéticas no final das contas não seriam financeiramente viáveis.
"Se você está tentando criar 120 personagens com padrões modernos, isso não será rápido ou barato. Se estiver criando diversos ambientes com quase nenhum reuso de ativos, isso não é rápido ou barato".
Algum dia houve o momento certo para o retorno do TimeSplitters?
A franqueza de Ellis sobre as dificuldades de trazer de volta o TimeSplitters fala de um problema maior com a série: como trazer de volta uma franquia B para uma nova geração de jogadores?
A equipe principal para o protótipo do TimeSplitters 4 consistia principalmente de recém-formados da faculdade, revelou Ellis. Ele já havia contratado graduados nos dias originais da Free Radical, mas a contribuição mais jovem era ainda mais vital para essa tentativa de ressurreição.
"O TimeSplitters era bom na sua época, mas sua época foi há 20 anos", disse Ellis. "Tentar descobrir como atender às necessidades dos antigos fãs, que gostavam do jogo do jeito que era, e de um público moderno... Foi um desafio".
Em meados de março, um ex-desenvolvedor da Free Radical lançou imagens em progresso do novo TimeSplitters. Aquelas imagens tinham um design visual semelhante ao Fortnite, e Ellis disse que o estúdio explorou vários "conceitos distintos" para seu projeto.
"O que o vídeo vazado mostrou não era o que estávamos trabalhando quando fomos cancelados", explicou ele. "Mas o conceito que finalmente adotamos, eu estava bastante esperançoso de que teria satisfeito a todos".
Reestruturação da Embracer e Free Radical
Enquanto a Free Radical estava trabalhando no novo TimeSplitters, a Embracer estava no meio de uma reestruturação em toda a empresa depois que um acordo de $2 bilhões fracassou. Ellis acreditava naquela época que o estúdio estaria relativamente seguro das movimentações de sua empresa-mãe.
Mais do que o segundo fechamento, ele se sentiu mal por seus funcionários juniores, que entraram na indústria com um grande cancelamento pairando sobre eles. Para aqueles que conseguiram trabalho desde então, ele chamou de "quase começar do zero".
"Eles não tiveram a chance de concluir o primeiro jogo deles", observou. "Foi o pior que me lembro de ter visto no tempo em que estive na indústria".
Quanto a si mesmo, Ellis está avaliando se voltará aos jogos. Mas ele disse que isso provavelmente o desanimou de tentar mais uma vez o TimeSplitters.
"Não sei se a Plaion ou a Embracer farão algo com isso. Não sei o que seria necessário para me fazer querer passar por tudo isso de novo. Foi uma grande decepção", admitiu.
A história completa com Ellis, do GamesIndustry, que também aborda a relação da Free Radical com a Dambuster Studios, pode ser lida aqui.